quinta-feira, 14 de fevereiro de 2008

Ana e o Mar

Todo dia ela ia caminhar na praia e ficava olhando o sol subir, não tinha ninguém pra conversar, entao conversava só nessas horas. Ia andando sem olhar nem pra trás, com o vento batendo no rosto, sentindo o cheiro da maresia, o gosto salgado e os graozinhos de areia nos pés. Nao é que nao tivesse ninguém com quem conversar, mas nesse caso, ninguém iria entender. Só o mar. Ele sim a entendia
e só a ouvia calado, pq se falasse do que sentia, ela podia se espantar, se assustar e nao voltar mais. Ele também tinha sentimentos. Se tinha.
Ela deitava na areia e sentia a água chegando primeiro nos pés, logo ia tomando-a toda. Pra ele, essa era a melhor hora do dia e, mesmo sem se dar conta, era pra ela também, tanto, que ela nunca abriu mão desse momento.
O sol subia e baixava, vinha lua e ela continuava se sentindo só, mas naquele momento não. No contato com o mar, ela se sentia especial, querida, amada. E era mesmo. Especial, queria e amada. Por ele. Embora você possa não acreditar.

Larissa Fontes


"Onde já se viu o mar apaixonado por uma menina? Quem já conseguiu dominar o amor? Por que que o mar não se apaixona por uma lagoa? Porque a gente nunca sabe de quem vai gostar..."
(O Teatro Mágico)