"Eu fui tocado pela sua presença desde a primeira vez que a vi. (...) Você, foi capaz de arrancar o que havia de mais profundo em mim, sentimentos que raramente compartilhei com alguém. Isso foi ótimo - e continua sendo. (...) Mesmo com você distante, sua presença me acompanhava por ruas, praças e cafés. (...) Então eu lhe pedi em casamento. A partir deste dia, você começou a ferir-me. (...) Você então se tornava a criatura mais doce do mundo, e eu pensava comigo mesmo: "Esta é a Mary que eu amo." Entretanto, antes mesmo que aquele encontro acabasse, algo de brutal tornava a sair de sua boca. Nada do que eu pudesse dizer ou fazer era capaz de impedi-lo; a agressão vinha, e quase me matava. Eu voltava pra casa, e refletia: "Se eu aceito o sol, o calor, e o arco-íris, preciso aceitar também o trovão, a tempestade, e o raio." (...) Eu precisava me proteger, e passei a dizer a mim mesmo: "Qualquer relação mais íntima com esta mulher é impossível." Claro que a estratégia não funcionou, nem mesmo quando eu lhe disse o que acontecia comigo. Mas a partir daquele dia, você nunca mais me feriu.
Tudo que estou contando é apenas para que saiba como vi os nossos primeiros anos juntos. As coisas mais profundas jamais mudaram; a identificação que tive, o reconhecimento, a paixão do primeiro encontro - tudo isso continua igual, e assim continuará para sempre. Eu a amarei por toda a eternidade, como já a amava muito antes de vê-la pela primeira vez, e chamo isto de Destino.
Nada pode nos afastar; nem eu, nem você podemos mudar esta relação. Eu quero que você se lembre pelo resto dos seus dias, que você é a pessoa mais importante do meu mundo. Que, mesmo que você se casasse sete vezes, com sete homens diferentes, tudo continuaria igual em meu coração.
E hoje, também entendo que o nosso casamento era impossível. Ele teria destruído ambos. Nossa vida em comum terminou sendo guiada de uma maneira diferente, e por isso fomos salvos. Você me ajudou a descobrir a mim mesmo, e o meu trabalho. Eu penso que fiz o mesmo com você, e agradeço aos Céus por estarmos juntos."
Kahlil Gibran
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