Fiquei olhando aquilo e enquanto o meu olhar percorria aquele caminho, parecia que eu te via ir embora. Ir embora indo na cidade comprar alguma coisa, voltando sempre com flores coloridas pra mim. Flores que não vinham embaladas como as que se compram. Vinham com seus caules meio machucadinhos, do aperto de mãos. Mãos que as colhiam no caminho. Que ao meio iam parando várias vezes, parando com intenção de ver um sorriso quando aquelas flores chegassem ao seu destino.
E eu sorrindo toda. Toda sorrisos! Meus olhos, minhas mãos, meu andar, minha boca. Toda sorrisos!
Imaginava um rosto apaixonada e dedicado, parando a todo momento que enxergava uma flor bonita no caminho.
E parecia que você tinha saído há anos. Tinha saído e não mais tinha voltado em cima daquela bicicleta verde e segurando meio desajeitado um ramalhete de flores coloridas de caule machucado, por tanto tempo.
Senti o peito me apertar, o olho marejar.
Logo um barulho de ferro tombando em buracos surgiu. E ao levantar a cabeça, ainda deitada na grama, vi a velha bicicleta verde e você em cima dela, tão meu. Alí sim estava o céu, as nuvens, os jardins, as flores, as músicas mais bonitas. Alí morava todas as coisas bonitas que resolveram se juntar em forma de sorriso. Ali!
Larissa Fontes
5 comentários:
E ali começou a surgir a poesia!
Afinal, amar é isso.[02]
Na beleza desse caminho
Verde
Ver-te
Era o meu desalinho
Era tanta flor
E nenhum espinho
Era o sabor
De ter-te
E ser tudo nosso ninho...
Admiro muito os seus escritos.
Parabens!
Transmite vida em tudo aqui.
Abraços.
É doce... Demais... Deu dor de dente.
Bem escrito, é verdade.
E eu te achei aqui!
=***
Postar um comentário