domingo, 24 de maio de 2009

Ela, alada


"Eu podia não falar nada. Podia ficar calada agora e guardar tudo isso pra mim. Mas não. Vou falar, e se puder, vou gritar. Não me importo com quanto tempo dure cada momento perto daquele cheiro, com o que estou ameaçada a dizer quando isso acontece."

Um silêncio doce invadia toda a sala. Sentia tudo tão doce de olhar, de tocar. Quase via flores passeando pelo vento como se fossem donas de asas. Ela própria se sentia alada. O que seria isso? Mas nem queria saber. Se se pusesse a divagar, aquela sensação poderia desaparecer e não queria sequer pensar nessa possibilidade. Olhava o mundo lá fora e via as pessoas flutuando de gentileza, se cumprimentavam com um sorriso a um simples passar umas pelas outras. E podiam até alimentar desses sorrisos! Os adeuses que se davam eram felizes como até-logos e tudo era amor. As cartas eram sempre mandadas. Abraçavam-se ao acordar. Os espelhos eram amigos. As vestimentas eram brancas de paz, esvoaçantes talvez, não sabia ao certo. Ela sorria. Flutuava. Seguia. Mais leve que o ar.

"Quero mais é que quando elas venham, não passem sequer de um segundo para sair de mim e cheguem até aqueles ouvidos em forma de qualquer coisa que o valha."

Larissa Fontes

20 comentários:

[ rod ] ® disse...

Sensações são para ser vividas ou faladas... a quem puder ouvir... a quem quiser conosco sentir.

Não me limito nunca.

Bjs moça,





Novo dogMa:
sAnto...


dogMas...
dos atos, fatos e mitos...

http://do-gmas.blogspot.com/

Vitor Andrade disse...

tão doce de olhar (8)...
hehehe
e tão leve, tão leve!
como sempre, lindo!

Larissa Lins disse...

Como sempre, lindo. É verdade.
Flutuar numa sensação que parte de nós ou de algo que vivemos é uma das coisas mais incríveis que nos acontecem. De fato.
-
Ah, eu sou de Recife, Pernambuco. Estou no terceiro ano, faço vestibular para começar a faculdade em 2010 - assim espero. E você, de onde é?

Anônimo disse...

Eu ja vi flores voando
Num dia muito diferente
Havia certo encanto
E perfume que dizes
Traduziu dias felizes
Recordou...melhor expressando

Tinha umas cores voando
Que eu via flores
E uma parou no cabelo

Parecia esse dia
Do seu lindo imaginario

CFC disse...

Quando O Coração Encontra O Mérito a Mente Reproduz em Sonho...

(F.C.)

Uma super semana pra ti, beijo neste teu coração do bem.

Ricardo Rodrigues disse...

maravilhoso texto. obrigado por isso

gabriel disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
gabriel disse...

Entre flashs pulsantes de áspas angustiadas, a leveza vivente em um espaço de compassos tênues. Duas melodias distintas num só conjunto; fico com a cantarolada docemente a pulmão de flores: "Mais leve que o ar".
A "sem áspas" pra mim, soando doce, por favor.

Mayra Costa Pires disse...

Quem é ela?

Anônimo disse...

Ei moça, obrigada pela visita! Volte sempre.
Viq ue tbm faz teatro né?

Eu, Thiago Assis disse...

que imagens lindas vc proporcionou atraves das palavras *.*
um texto mágico


www.thiagogaru.blogspot.com

meus instantes e momentos disse...

ótimo post.
Muito bom teu blog, gostei daqui,
Maurizio

Vanessa Cristina disse...

"Um silêncio doce invadia toda a sala"... Adoro o gosto, o cheiro do silêncio.

Lindo texto.
Beijo :*

Felipe Lucchesi disse...

Que bonito !!!!!Mandou bem !!
Ei ! Quer fazer parceria?

Rafael Sperling disse...

Legal, paisagem onírica...
Bjs

Ígor Andrade disse...

Um curto filme, na minha cabeça, que não acaba logo.
Bonito texto!
Abraço!

disse...

tão leve... tão bom

Fabio Machado disse...

Ela tinha acabado de chegar ao plano da inexistênia, o mundo espiritual, por isso sentia-se alada, atordoada, mais leve que o ar. Lá tinha acesso às palavras de Deus e queria que elas alcançassem os quatro cantos do universo...

Namastê !

Marina disse...

Todos somos instrumentos para fazer pessoas sentirem coisas boas, pois elas existem para serem sentidas e passadas adiante. Quem guarda só para si as perde tão logo elas chegam.

Lindíssimo e poético texto, Larissa.
Às vezes, gostaria de saber o que passa pela cabeça de quem escreve algo assim.

Tamires Lima disse...

Lare,

É como sorrir sem motivos pra parar. Cena toda perfeita.
E eu me encanto cada vez mais.

Uns beijos!